ALFINETE

Cansada do cansaço que se apodera

da mente vazia e as vezes desocupada.

Cansada de pensamentos meio vagos,

que me sufocam na esperança de me manter calada.

Dores pequenas que alfinetam o coração.

Dores pequenas, miúdas e inconvenientes.

São as pequenas raposinhas que destroem as vinhas,

esgotando desde as plantas dos pés até aos cantos dos dentes.

Ilusão querer moldar a vida aos nossos desejos!

Fantasia mirabolante querer uma constante felicidade,

que não fosse embora nem na hora de tomar um xarope,

que permanecesse, mostrando sua lealdade.

Quero impedir as alfinetadas da vida,

que fazem de mim uma boneca sem escolha.

Não quero mais sentir nenhum alfinete,

Deixem, de uma vez por todas, de me compararem a uma frágil bolha!