É Dela a Culpa.
Falamos a mesma língua,
Mas quando te leio, não...
Não é essa a língua que falo,
Ela é outra. É diferente,
A sua é doce, pausada,
O sol que nasce. Um poente.
A minha é louca, desleixada,
Transviada, frouxa, doente.
De tudo tão somente
Tenho comigo um receio,
Que acredites em tudo que lê
Assim como acredito no que leio.
É verdade, falamos a mesma língua,
Tu com palavras sóbrias, sonhadoras, quentes,
As minhas, desconexas sem rima, indecentes,
Mas a culpa não é nossa. Nem minha!
Quando se pensa não se mede
Nossa língua não é diferente
As letras é quem são dementes.
A mente fala. A gente escreve!
29mai2014“Conjecturas de um poeta louco.”