Poesia Amarela
Faço o que não quero
Aquilo que deveria fazer com prazer
hoje faço por obrigação
levada pelo compromisso
não pelo prazer de servir
tenho sido uma negação
indigna de elogios que recebi
movida ou talvez bloqueada pela pressão
não sei lidar com isso
eu sei que em algum lugar aqui há amor
há princípios
há infinita gratidão
porém o colapso me deixa relapsa
e cresce a lista dos NÃOs
e não há ninguém idôneo por perto
ninguém para abrir o coração
tanta vontade com incapacidade
deixou-me sem agilidade, sem efetividade
tendo vontade mas faltando a força dela
até a poesia ficou assim...
meio amarela,
torta, aleijada,
estranha
incompleta,
sem fim!