Poesia Amarela

Faço o que não quero

Aquilo que deveria fazer com prazer

hoje faço por obrigação

levada pelo compromisso

não pelo prazer de servir

tenho sido uma negação

indigna de elogios que recebi

movida ou talvez bloqueada pela pressão

não sei lidar com isso

eu sei que em algum lugar aqui há amor

há princípios

há infinita gratidão

porém o colapso me deixa relapsa

e cresce a lista dos NÃOs

e não há ninguém idôneo por perto

ninguém para abrir o coração

tanta vontade com incapacidade

deixou-me sem agilidade, sem efetividade

tendo vontade mas faltando a força dela

até a poesia ficou assim...

meio amarela,

torta, aleijada,

estranha

incompleta,

sem fim!

Jane Silva
Enviado por Jane Silva em 18/04/2014
Reeditado em 05/05/2016
Código do texto: T4773794
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