Esperança.

Vivendo momentos de esperança

De ver todos meus dias serem iguais

Viajo aos meus dias de criança

Longe da lida, de momentos tão venais

Mas me vejo assistindo esta dança

De passos tão incertos, desiguais.

Caminhos se fazendo desiguais

Rasgando a mais suave andança,

Cerzindo versos, dou ritmo à dança

Pra beleza em poesias serem iguais

Giro mundo sem aportar-me aos venais

Guardando à sete chaves a criança.

Eis minha vida: a criança

poesia, gerada em momentos iguais,

cresceu sem conhecer atos venais

e, nela, toda a força da esperança

Rasteia, no tablado, minha dança,

Pros versos, ao meu espelho, serem iguais.

Aprendi: os dias nunca serão iguais!

Carrego os resquícios da criança

Que dançou ciranda e aprendeu a dança

Pra enfrentar momentos desiguais.

A vida traz bem mais em esperança

Do que o arco e lança dos venais.

E na repulsa aos que se fazem venais

Somo-me aos melhores dos iguais,

Girando na gravidade da esperança

E, em prol do meu versar, viro criança,

Espanto o lado ruim, os desiguais

E dou ritmo ao passo d’uma nova dança,

Pois sendo a vida, musica, serei dança...

Verei bons tempos longe dos venais!

As folhas da história foram sempre desiguais

Mostrou-nos pequeno o espaço dos iguais.

A lei da vida é pro adulto e criança,

Só não se pode é perder a esperança,

Pois, ao perdermos o ritmo da dança

Há o risco de quedarmo-nos aos venais

Aí serão os nossos dias desiguais.

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 06/02/2014
Reeditado em 18/03/2014
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