Verde amarelo
Meu universo palavra
agora é pequeno,
minha boca,
minha comunicação
é pouca coisa.
Sou pouco no mundo,
já não me basto
a mim mesmo;
necessito demais
de mais de mim,
de coisa vistosa,
da cafonice
sui generis,
de antiguidade...
Vejo a vida
como a próxima novela
do horário nobre,
e isso é diferente
do real,
do voluptuoso!
Quero dizer que desaprendi:
preciso andar descalço
no passeio público
e o tempo é outro,
de calçadas ocupadas,
eu sou outro...
Minha pasta dental
não é mais Kollynos
e o meu semblante
não mais sorri imaculado;
faz, nos intervalos dessa série,
comerciais anárquicos.
Tudo é tão diferente agora...