Caminheiro


Há sobre meus ombros pesados fardos ,dificultosa carga a me esmagar os ossos.
E sobre meus pés, pesados passos, pesada dor.
Caminho com dificuldade , a mesma que me fez rasgar o ventre e a minha mãe , o mesmo grito de menino que vem e vê o mundo , quer voltar.
E as mãos rudes , pesadas desenham o mundo , um mundo diferente onde o peso dele não me caia aos ombros. Sinto cansaço.
Sinto os dias vagarosos e densos a nublar-me as horas que , lentas , arrastam meus pesados passos ; sim, sinto cansaço.
E não carrego malas ou bagagens , nem estórias tenho para contar, que não as que a vida foi marcando em minha pele, me obrigando a caminhar.
E se tenho o rosto rude e olhar pesado acredite , maior é o fardo que carrego, que tenho que carregar.
Por isso sinto cansaço , mas não ouso interromper ou parar.
Para isso fui nascido, criado para caminhar .
E se tenho o corpo cansado é de tanto caminhar., nessa longa e perdida estrada
Onde tudo me foi imposto , só não o poder parar.
Fardo pesado esse o meu , mas não posso desistir.
Se foi me dado esta sina , a de caminhar errante as campinas acredite:
Nasci para o sonho acordar.
JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 15/12/2013
Reeditado em 19/12/2013
Código do texto: T4612405
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