REALISMO
REALISMO
Não és mais musa inspiradora.
Mil vidas em poema tu tiveste,
foste verso de tristeza,
rima de alegria foste;
morreste no tedio, na solidão,
ressuscitaste sublimado em esperança.
Ser incorpóreo,
transmudavas-te em formas, nuanças
refletias sons,
palpitavas sensações,
multiplicavas-te em personalidades.
E em cada morte tua, renascias,
transfigurado em glória.
Hoje, amor realizado,
não há em ti mistério ou símbolos complexos.
Já não és sonho,
mas realidade palpável,
incapaz de múltipla existência.
És felicidade conquistada,
e tua vida única,
devo preservar de todos os perigos.
Ventura insólita,
imprescindível ao meu coração,
para resguardar-te do olhar do mundo,
aprisiono-te em incógnito poema,
restrito ao devaneio do meu pensamento....
(Tal é o egoísmo do amor!)