MÃOS

TRISTE SABER QUE A MÃO QUE ESCREVE

A PRIMEIRA FRASE CARINHOSA,

TRACE TAMBÉM, UM DIA, O TRISTE ADEUS.

TRISTE ACEITAR QUE A MÃO QUE COLHE ROSAS

PARA ENFEITAR O AMOR NASCENTE,

ARRANQUE ESPINHOS E TEÇA A COROA DA AMARGURA...

MÃO COM PRIMORES DE ACALENTO

SEJA A MESMA DO CASTIGO.

MÃO QUE DESPRENDE AFAGOS DE TERNURA,

SE ABAIXE CRUEL VIBRANDO GOLPES.

NÃO QUERO TER ESSA MÃO COM DUAS FACES,

UMA FEITA DE LUZ, OUTRA SUJA DE LODO.

OUTRAS ACENEM O ADEUS...

TRANCEM DIADEMAS DE ESPINHOS,

ERGAM O AÇOITE DO CASTIGO.

QUE A MINHA PERMACEÇA SINGELA,

MANSA, OBSCURA, IMACULADA,

PRESTIMOSA APENAS EM DOAR...

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 28/11/2013
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T4590544
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