O Estudante
(Este poema escrevi ainda na idade de 13 anos, quando ainda sofríamos resquícios da pressão da ditadura em nosso país. Circulava em mim, pelos canais venosos, o anseio e o desejo de uma revolta, um desejo de gritar pela liberdade, desejo que senti, quando adolescente, ocorrer em 1984 e também na idade madura em 1992.
Todavia, acredito eu, que hoje não mais escreveria um poema como este com tanta ênfase em gritar... mas também não desejo eliminá-lo. Tenho filhos e depois netos que precisarão de um despertador)
(Os vocábulos também faziam parte de minha comunicação, fato que hoje tive de simplificar para ser compreendido)
O Estudante
És o dono das palavras.
Alheado e atinente,
o mundo com garras enfrentas.
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De tua vida à confraria,
deixa-te envolver ao burburinho das palavras.
Deixa-te esvanecer na ascendência,
profligas a faustidade
Por meios abjetos da inocência.
Volta-te à faustidade;
sorrias, desvencilhando o amargo;
Compreendes e censuras o capcioso...
e com vontade, vences com o garbo.
... e deixa-te levar por prazeres banais
que, à juventude, predominam eloqüentes.
Solene, és o dono das palavras
que de uma adição se forma
E escreve-te o amor.
Tens a vida em profícuo
de um simples labutar.
Tens o mundo às mãos
e as palavras à língua.
Tens resposta à veracidade;
tens a placidade de um peixe
e, no âmago, a saudade...
Do futuro tens a abiogenesia...
tens a expectativa da mocidade.
* * *
Tens o coração aberto
de laracho ao histrião.
És, então, o dono das letras,
da paz. O arquivo, a estante.
És o livro da vida,
-Ó, estudante!
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