O PÁSSARO ASSUSTADO
Por que abandonas a própria cria,
Que somente agora começa a piar
E cresce assustado,
arrancando as próprias penas.
És uma ave formosa,
de excelente plumagem.
Mesmo assim permaneces
na forquilha da persistência...
Imatura, ainda não abandonou o próprio ninho,
Mas não o vê a brincar no galhinho,
Nem levantar as asas alegremente.
Enquanto voas desnorteada
Jogas para fora de ti o carinho
Sempre pousando em galhos secos.
Tolhe teus carinhos maternos
E regurgita suas frustrações
Sobre indefeso filhote.
Limpas o bico no poleiro
Pelo trato que lhe servem.
Jamais sacode tuas penas
Para quem do teu ovo pariu.
Declina-te em favores...
Ajeita constantemente tuas sedosas penas,
Agitando tuas asas da cauda
Para quem somente lhe cria rancores.