ELA
ELA
Ela entra em nossas casas
Hospeda-se normalmente na sala
Mas pode fica na alcova
É como um membro da família.
Às vezes ela é uma prostituta
Outra se torna professora
Tem horas que ela é um brinquedo
Outras, um imenso palco.
Às vezes ela é um circo
Outras, um grande informante
Tem horas que ela é lazer
Outras, um perverso marginal.
Todas essas transformações
Só dependem de cada um de nós
Se não tocarmos nela
Ela é apenas um inofensível móvel.
“Pelos itinerários da vida andei por becos tão medonhos, que minha sombra não teve coragem de me acompanhar”.