Fumo de quimera

Fumo de quimera

Esvais dos olhos meus

Para que em todo fulgor resplandeça

A recôndita e sagrada centelha

Chama da vida

Assim, sem pensamentos enganosos

Que os horizontes toldam,

Nem julgamentos falidos

Antes mesmo de pronunciados,

Sem medos fantasmas e não tolos,

Vivamos a breve flor do instante

Que tesouros emana

Em sua secreta potência.

Eu quero viver e tu queres viver

Sejamos, pois, afáveis, graciosos,

Vivos! Humanamente comovidos e vivos

Com todas as carícias e humanidade

Oferecendo à graça irmanada

Da nossa enternecida

Sempre a mais bela prenda

O mais alto valor

De nosso amor

A todos é dado o dom da vida

Basta ter olhos límpidos e claros

E confessar-se bem ciente o afã

E professar-se sem maldade o hino

Ricamente dotada de conforto

A vida é a redenção do torvo

E a remuneração do ardente e belo

Pulsar vivaz da alma generosa

Na benção da sua grata confraternização.

05/09/1999