FALANDO DO PERDÃO
O perdão, mesmo manco, é restaurador.
Seus tentáculos expulsam alguns esgotos que povoam nosso chão,
que bagunçam nossas pétalas de querer-bem,
que infernizam nossos pensamentos.
Pra perdoar temos que nos curvar à vida, ao outro, ao Criador,
seja ele, ou ela, quem for.
Temos que desnudar orgulhos, preconceitos e tantas besteiras
que levamos na mochila da alma.
Temos que nos tornar despojados, verdadeiros e o que é mais difícil, temos que nos tornar seres humanos, como nunca fomos.
Pra perdoar temos que arregalar os olhos pra enxergar certas pequenezas, certos caprichos e certos vícios que atolam o nosso ser e nosso caminhar.
Temos que dar vazão ao que guardamos de mais belo, de mais saudável, de mais gostoso, de mais resplandecente.
Temos que, sobretudo, entender o óbvio, que somos parte do mesmo feitio, do mesmo dono, da mesma luz, da mesma bênção.