à rosa
O poeta esta rude, o tempo seco
o cair da chuva alimenta as rosas
mas não as leva para Meca
estás presa junto a teus lençóis
loucura faz-se normal diante dos fatos;
não os transpõe, estás flutuando
sobre um ideal que nem tens
vives a espera do louco amante impávido
Sonhas a galope num cavalo junto a teu amo
estás martirizada, luta contras teus carmas
entretanto rende-se aos apelos vãos da monotonia
expressada na benevolêcia
Serás a incoerência impregnada
junto aos mais coerêntes sábios?
Oras dirás ao pular de um prédio
junto a um pronto-socorro
Queres morrer fugir; mas não,
sua inconstância a faz viver
num segmento tortuoso, errante
sem ponto de calmaria ou enjôo
Viver, na mais primitiva essência
é doloroso, a dualidade é cruel
para pobres andarilhos poetas
mas deixar-vos viver convosco
Ventos do sul, afagam suas pétalas
estás delirante exalando prazer
porém a chuva a leva para
horizontes longínquos dentro de ti
Transgride diante do sol místico
esconde-te debaixo das pálpebras
e sai de si.Oh!! rosa não sejas efémera
pois teu ardor marca o poeta
Brota-te do asco e do medo
perfura o espaço
caminhe sobre os mortos
equilibra-te na terra não no devoluto.