Olhos que sentem
A respiração devagar
Desfez um pouco
Depois de entender
O paralelo longínquo
Entre o desengano
E a cordialidade
Sorriso e prazer
Luz clareando a retaguarda
E a vontade de conhecer.
São detalhes subjetivos
Fragmentando o sonho
A visão alargada
Pela desobediente
E torpe curiosidade
Quem dera ser
Um vidente atônito
Para não aguçar
A vontade atada.
Reflexo da humildade
Serenidade no querer
Soluço no concordar
E sentido no avanço,
Embora reconheça
Que a iluminação natural
Desloca o olhar
Mas condensa o pensar
A imaginar o que é
E o que não é
Diante do todo que os olhos
Podem sentir.