Vida do amanhã
Faço parte dessa terra
Sou fruto da imaginação
Forasteiro do ideal
E secretário do coração
Não configuro o real
Para não sair do futuro
Que espero sem pressa,
Mas degenero o presente
Com meus desgostos
E anseios vertentes
Nas demoradas falas
Sem soletrar uma só palavra.
Essa é a vida do pensador
Dialético com seu eu
Tentando chegar
Onde não consigo enxergar
Olhar para frente
De uma forma diferente
Um campo limpo
Pode virar ramalhete
De flores e rosas,
Mas também visão
De espaço transcendental
Um paralelo somatório
Ou estado impar.
A imaginação deve voar
O mais alto que puder
E na queda livre
Discutir sobre as fraquezas
E olhar além da natureza
As virtudes inacessíveis
Que ainda se pode chegar
E com isso folgar
A tristeza que condena
A vida do nosso amanhã