COMPLEXIDADE
"As máfias extorquem e matam aqueles que elas aterrorizam fingindo defendê-los. Por isto os Estados reduzem-se a máfias localizadas."
( Michel Seres )
No expurgo definitivo
De tudo, em tudo, por tudo,
O luto de uma epopéia coletiva
Por onde se desvirtua as narrativas de tradição
Intrujando por opção, falsos contemporâneos mitos
Perverso doente humanismo, aparentemente universal.
Por este canal
Vivem vociferando
emergências inócuas radicais
Desvirtuando antropologia e evolução
Miscigenando mentiras, certos segredos
Viscerais organismos pseudo-hospedeiros
Incontestes obreiros dos ferrolhos do inferno
Agressivos Cérberos protegendo com a vida, o mal comum.
Tão comum
Que a hipocrisia
Já vem veiculada em fartos discursos
Deturpando acintosamente os curtos circuitos
Desta vida, ferida que campeia toda a humanidade.
Na falsidade dos propósitos
As religiões, o trabalho insano, as guerras
Querelas, ópio, consorcios/vícios, certos logos
Um até logo, para uma próxima, caótica, eterna vez.
Mas... e o amor
Aquele que embute
A sinceridade, a amizade,
O afeto, crédito de continuidade
Que naturalmente não se corrompe
Nas dificuldades, muito menos nas facilidades
Produzindo intimidades tradicionais com o eterno
Onde nos agoras, vívidos, sinceros, infinitos proporciona?
Nesta insônia
Cadê a consciência
A que fortalece, alimenta
A auto-preservação da espécie
Espécie de consagração objetiva da inteligência
Poderosa gerência da intuição, em sua forma mais densa?
Nesta social incompetência
Dançamos nas marchas fúnebres
Letras, músicas, regências lúgubres de todos os diabos
Côro maquiado, lastro de uma humanidade, cansada, perdida
Psicológicamente burra, contaminada, em patológica dura sina
Bagagem cosmopolita de uma faceta/dantesca destruição em massa.