Parto no rio
Resvalo neste rio.
E sei
que tenho o olhar dorido
pelas palavras que passam perdidas
nas labaredas da sua corrente.
E embarco em ancorados
rituais, incautos
equinócios, inesperados luares desse fogo.
Ontem,
havia um mar irado
subindo na garganta.
Hoje, apenas, no olhar
umas gotas de sal.