DOCE ESCURO
Estranho e escuro foi desde o primeiro minuto.
Seguiram-se então as horas inesperadas, uma caminhada, tragos, o silêncio e o absurdo.
Estranho mesmo seria, se fosse apenas fábula, até fiz metáforas e me desfiz de ar.
Quase me despi, mas era parte do delírio.
Montei nos silêncios agudos e interrogações oportunas. Pausei. Vi o céu agonizando.
Olhei. Vi a lua transmutar-se como o dia e a noite. Cansei.
Não era novidade, mas sim música velha com nova voz rasgada.
Eram arrepios de outrora na escuridão, era um novo doce frio azul escuro.
O imprevisível sempre nos rapta na próxima esquina.