Realidade artificial
Depois de o dia debruçar
Senti o sol me espetar
E sussurrar em meu ouvido
Sobre o vento,
Que soprava na direção
Contraria aos meus instintos,
Embora sentisse o momento
Tentei camuflar
O cego pensamento.
Espalmei a curiosidade
Nesta sensação
Que só existe em sonho,
Mas os sonhos
São enfeitados de realidade,
Um pouco de serenidade
Me fez sacudir
O corpo do marasmo
E fadiguei o eloqüente.
Dialoguei com a manhã
E perguntei sobre
As rajadas de ventos,
No entanto só consegui
Sentir o frio bater
Nos meus sentidos
Conduzindo-me
A respiração ofegante,
Sem pensar na realidade
Fui de encontro a seiva
Que me desdém
A fagulhar rasteiro
Na noite solene.