Uma carta para ninguém.
Aquela cena.
Aquele toque.
Não faço parte.
Queria fazer.
Só me desfaço.
Por dentro eu vivo uma revolução perdida.
Morro!
Tomo fôlego!
Morro!
Acredito nas minhas mentiras.
Morro!
Confesso ainda ter urgências desnecessárias.
Por mim bem enfeitadas.
Ditas em diversos tons na cadeira da analista.
Meu silêncio não gera eco.
Nunca gerou.
Ainda sim, uso as mesmas artimanhas.
Manias e armadilhas onde eu mesma caio.
Tenho alguns amigos.
Amigos só alguns.
Sobre isso também fantasioso.
Eles sabem que nada tenho.
Que a casa é vazia.
Não há visitas.
Não há mãos pra segurar.
Nem ouvidos pra ouvir.
E ao final do dia Morro.