Vida suada
Saudades perdidas
Magoou meu coração
Sem motivo algum,
Apenas para diluir
O néctar que brota
Nas minhas virtudes.
Não se entrego, jamais
Conduzo esse corpo
A vencer fronteiras
Sem temer a paixão
Nem ofender meu ego
Com tais brincadeiras.
Olhando dessa forma
Retiro do meu núcleo
A pureza que me fez
Essa pessoa simples
Sem vícios enclausurados
A depender da imensidão,
Se visto de sã
Para sentir a vontade
Na mais pura realidade
Que desmonta meu céu.
Olho onde piso
A tremer fico,
Quando vejo no alto
Os fogos de desejo
Na minha imaginação
Apenas reclamando
A dor que desfez meu olhar,
Um olhar cheio de brilho
E fantasia tímida
Rasgando-me da liberdade,
Aquela que entrou
E hoje na saudade
Faz-se de morador.