Ascensão e Recaída
Inalcançável deidade que corrói meu espírito!
Os círculos de inferno e degraus do purgatório
Dissolvem-se como brumas ao alvorecer cálido
de meu sentimentalismo
Outra vez revivida, percorrerei recônditos obscuros
Florestas sombrias e vales malditos,
Em busca de meu próprio reencontro
Daquele eu inconformado,
Pérfido de sonhos, malogrado de expectativas
Posso me perder em mil vidas distintas
Mas o poder de coabitar a mesma com confiança e sentido,
Suprirá cada maldição dos sortilégios, males e distâncias.
Efêmera epopeia particular,
Meu pseudo-heroísmo ignaro e decadente
Representará os encantos enervantes,
As doenças passionais da mente
E enquanto não o venço,
Ao menos tento tirar-lhe das raízes da alma,
E paradoxalmente sobrevivo disso em rápidas
convalescenças e decaídas sentimentais,
que me rendem e vivificam em camadas.
Seria loucura?
Porém, como pode o Homem viver sem
impulsos, sensações e primeiras vezes inesquecíveis?
Que floreiam, matam e viciam o
âmago num sadismo incompreendido e entorpecente?
E não seria tudo a eterna busca do meio-termo
entre razão e instinto?
Ademais, saiba que mesmo entre caídas e emersões
Sempre questiono às suas lembranças,
Essas que demasiadamente destoam e
percorrem em looping meu consciente melancólico e errante.