Acaso III
Do caos ao acaso
Do acaso a predestinação
Da predestinação o nó não se dá ao laço
Da predestinação a inquietação
Retornamos ao caos do acaso
Dança o destino, sem razão, sem explicação
Os pensamentos entram na dança em compasso
As vozes em murmúrio seguem a canção
Não são notas premeditadas nem pensadas
Desce os degraus do apogeu a insanidade
A vida não vai se desenrolar em uma tela idealizada
Muito menos a breve vida te sopra com finalidade
Não se aflija ou se revolte
Oras, que mais belo que a surdina descoberta?
O nó do sentido que se solte
Do conformismo sistemático se deserte
Sim, o sentido de tudo é não ter sentido
As coisas são como são. Não imutáveis? Isso não
Mas ocorrem por ocorrer, sem ser prometido
De nós, unidade, vem a razão de não ser em vão
Darmos forma, modelamos o abstrato
Construir as resoluções e as destruir se necessário
Busque a alquimia mutável do fato
Sermos os escritores e leitores do seu literário