Acaso III

Do caos ao acaso

Do acaso a predestinação

Da predestinação o nó não se dá ao laço

Da predestinação a inquietação

Retornamos ao caos do acaso

Dança o destino, sem razão, sem explicação

Os pensamentos entram na dança em compasso

As vozes em murmúrio seguem a canção

Não são notas premeditadas nem pensadas

Desce os degraus do apogeu a insanidade

A vida não vai se desenrolar em uma tela idealizada

Muito menos a breve vida te sopra com finalidade

Não se aflija ou se revolte

Oras, que mais belo que a surdina descoberta?

O nó do sentido que se solte

Do conformismo sistemático se deserte

Sim, o sentido de tudo é não ter sentido

As coisas são como são. Não imutáveis? Isso não

Mas ocorrem por ocorrer, sem ser prometido

De nós, unidade, vem a razão de não ser em vão

Darmos forma, modelamos o abstrato

Construir as resoluções e as destruir se necessário

Busque a alquimia mutável do fato

Sermos os escritores e leitores do seu literário

Polaris
Enviado por Polaris em 25/10/2023
Código do texto: T7916967
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