Devaneio no Ar

Num dia em que o espírito toca a alma minha,

Clama em tons altivos, palavras desenhadas.

Eu, em desatino, as escuto e adivinho,

Lágrimas brotam dos olhos, na busca desvairada.

Uma vontade repentina me acomete,

De compor em prosa e verso, o inexplorado.

Mas nas palavras me enredo, eis o dilema que me entete,

No temor de não expressar, de ver o sentido turvado.

Hoje, a vontade foi soberana e incontida,

Mas a ação se escondeu em sua embriaguez.

A curiosidade alçou voo, minha mente perdida,

Qual pensamento teria surgido? Indago, talvez.

Será que o ato de escrever nos purifica,

Ou apenas lança-se como pétala ao vento,

Paira sobre mentes, em viagem sem medida,

E ao encontrar morada, brota, livre e alento?

Nesse mar de incertezas, navegamos com a pena,

Entre palavras e rimas, um devaneio no ar.

Que o eco do espírito, qual brisa amena,

Transforme em versos a vida, sem jamais se calar.

hewie
Enviado por hewie em 11/08/2023
Código do texto: T7859449
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