Nós
Às vezes me lembro com saudade
De tudo que podíamos ter sido
Se fossemos aquilo que queríamos ser
E que mesmo querendo
Hoje não somos.
Essa é uma saudade estranha
Sobe do estomago pra garganta
Até me lembra das borboletas
Mas diferente delas não me deixam risonha.
Está incluso nessa saudade
Uma dúzia e meia de lembranças
Um pôr do sol laranja numa tarde rosa
Daquele dia em que andamos no parque
E que eu via o melhor sorriso no seu rosto.
Ah essas lembranças!
Tão lindas, tão minhas
Tão queridas lembranças de dias
Que nunca existiram.
Simplesmente porque não haveriam de existir
Pois se houvessem, existiriam e nós seriamos então
Tudo aquilo que nunca fomos
Seríamos nós.