STIGMATA
Preâmbulo
Se apossa num instante
Bissetriz
Se anulando
Num agudo ângulo
Antílope
Percorrendo a campina
Salto ao longe
Escafandro
Mergulhados os pés ao rio
Onde as luzes é que geram as águas
E a correnteza ao pé do abismo
Com o brilho nas pétalas dos lírios
Solavancos
Me impuseram quaisquer máscaras de umas vidas
Mas saltei olhando as costas
E me via a mim mesmo, me empurrando do barranco
Mas sorria
Até chegar ao fundo
Pra depois escalar a rocha
E era a luz que jorrava feito um branco
E era a luz que borrava a tela
Porque da labuta sei que o martírio não é voluntário
Foi imposto
E queimando eu deixava a velha pele seca pra trás
Metamorfoseando do rascunho pra um brilho brando
Agora eu sei que o sacrifício me liberta
Sei que imolado
A paz que me desperta não foi conquistada sem sangue
Agora sei que o resto é que contém meu nome
De desperto e inquisidor
Da lagarta a borboleta
E vivo ouvia minha própria voz
A me depôr do trono