STIGMATA

Preâmbulo

Se apossa num instante

Bissetriz

Se anulando

Num agudo ângulo

Antílope

Percorrendo a campina

Salto ao longe

Escafandro

Mergulhados os pés ao rio

Onde as luzes é que geram as águas

E a correnteza ao pé do abismo

Com o brilho nas pétalas dos lírios

Solavancos

Me impuseram quaisquer máscaras de umas vidas

Mas saltei olhando as costas

E me via a mim mesmo, me empurrando do barranco

Mas sorria

Até chegar ao fundo

Pra depois escalar a rocha

E era a luz que jorrava feito um branco

E era a luz que borrava a tela

Porque da labuta sei que o martírio não é voluntário

Foi imposto

E queimando eu deixava a velha pele seca pra trás

Metamorfoseando do rascunho pra um brilho brando

Agora eu sei que o sacrifício me liberta

Sei que imolado

A paz que me desperta não foi conquistada sem sangue

Agora sei que o resto é que contém meu nome

De desperto e inquisidor

Da lagarta a borboleta

E vivo ouvia minha própria voz

A me depôr do trono

Alana Linton
Enviado por Alana Linton em 24/10/2022
Reeditado em 24/10/2022
Código do texto: T7634400
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