Armadura

Aquilo que protege

Daquilo que te falta

Também o impede

De ter o que sinceramente quer

E a ninguém fala.

Aquilo que restringe

E aprisiona

Tudo para o lado de fora

É porque do lado de dentro

Existe uma alma que chora.

Aquilo que mantém a pose

Que te mostra sempre,

A tranquilidade de um sorriso largo

Também mantém por dentro

O ato de apenas sorrir por hábito.

Cada foto, cada gesto,

Milimetricamente

Foi pensado, para que

O entorno, o em volta

Jamais entendam de fato.

É assim solitária,

Fria, e muito lustrosa,

Esqueci de perceber

O quanto ela me escondi,

E por vezes me afoga.

Ao menos de tão lustrada

Pelo meu ego exorbitante

enfim pude ver a mim mesma,

Meu reflexo, que pensei não poder ser

E coloquei numa estante.

Me olhando nela,

Eu refletia

Com o tempo que passou

E quanto dele eu realmente vivia.

Aqui dentro é frio, escuro e solitário

É onde minha alma descansa

E meu ego se cala

É caótico por vezes, em outras entediante,

Mas quando vista de fora

Minha armadura é brilhante.