EU SÓ
Meu Deus! É negra e triste a solidão
Que mora em mim e no meu peito habita!
Sempre me envolve a trágica desdita
De ser diferente do que os outros são!
Vejo, às vezes, um pálido clarão,
Raio de luz com as trevas à compita,
Um corvo negro e, lúgubre, crocita…
…O resto é sempre a noite e a escuridão!
Ò meu amor – como não tenho igual!
Vem tu espalhar os espectros mudos, frios,
Que me cercam nuns esgares infernais!...
Aterra-me o silêncio sepulcral
-Tumbas vazias, mausoléus vazios –
Como se fossem eu só! E nada mais!...