A Máquina
Certa vez, sentei-me na máquina e comecei a voar.
A decolagem foi complicada, fiquei muito nervoso. Tudo tremia, mas numa certa altura tudo se acalmou.
Olhei pela janela e vi algo magnífico!
Era um planeta todo azul, redondinho como uma bola.
A Terra. Minha casa, meu lar, visto do espaço.
Mas não fiquei satisfeito com somente isso, e comecei a explorar a vastidão do universo. Foi uma viagem longa e incrível.
Domingo era meu dia de ser piloto de corridas.
Dentro da máquina, eu sempre corria contra os melhores: Nigel Mansell, Alain Prost, Nelson Piquet, e o meu grande ídolo Airton Senna.
Eram corridas emocionantes, com ultrapassagens arriscadas em circuitos dificílimos de andar, cheios de curvas perigosas...
No final sagrava-me vencedor, exausto, porém com um baita sorriso no rosto. Um sorriso de campeão.
Por vezes, a máquina me servia de campo de batalha, onde eu posicionava meus soldados e travava grandes guerras.
Explosões, tiros, gritos... ouvia-se de tudo durante a peleja.
Eram inimigos poderosos, cheio de artimanhas, mas nenhum deles era páreo para a minha inteligência e capacidade de liderança.
Ali eu colocava em prática o companheirismo, a persistência, a força de vontade de vencer. Aprendi muito com aquelas batalhas.
Hoje, quando vou na casa de minha mãe, a máquina me serve para viajar no tempo, voltar ao passado.
Voltar para o tempo em que eu dava valor às coisas pequenas, às coisas inúteis.
Voltar para o tempo em que rir era algo fácil e espontâneo.
Voltar para o tempo em que eu usava a minha imaginação para ser o que eu quisesse ser, sem ter a obrigação de sê-lo.
Penso que todo mundo tem uma máquina como a minha, mas talvez ela esteja em um canto cheia de poeira, e encoberta pelo peso de ser adulto.