Poeminha da manhã
Alguma vezes, sou estrada.
Outras, uma seta.
Em um tempo, não sou nada,
uma saudade inquieta.
Amanhã, deslizo e caio,
mas a reerguida é certa.
Um dia passo bem,
no outro passo a régua.
Se calo, grito forte
no ouvido de quem espera
uma palavra apenas
seja ela de esperança
ou, simplesmente, uma quimera.
E se eu não tenho o que dizer,
já disse com certeza
e quem escuta pode ver
que o silêncio é uma beleza.