Nas quebradas
A noite não pede senhas.
Nas fendas profundas, adentra quem quer.
E o breu fecunda instantes soturnos e difusos,
enquanto vagueia pelos cantos distantes
em busca de abrigo nos sonhos desfeitos.
Os pensamentos, então, são refeitos.
Teores etílicos, no ar de espessa fumaça.
Conversas dispersas, razões alteradas.
Tantas falas num silêncio por demais eloquente,
tanta ausência no estar insatisfeito e exasperado.
E a madrugada desanda a inércia incontida,
quando tudo o que se deseja nessa vida
é sentir-se, em algum momento, acompanhado.