A POESIA II
A poesia nasce
De forma espontânea.
Em mim ela é provocada
Por sorrisos, lágrimas e olhares,
Por murmúrios e burburinhos
Por romances dramáticos
Ou contos da carochinha
- Até por frases fraseadas...
Ela vagueia nas ruas
Está nas calçadas
Nas praças, nas varandas
Debaixo das pontes
Nos órfãos e renegados,
Nos sedentos e famintos
Da ventura lhes negada...
Ela se lança e emerge
Na fulminância dos sentidos
Na abrangência do nada
No silêncio das noitadas
No retumbar da alvorada
Na sinfonia da passarada
No fulgor da pessoa amada.
A poesia descansa paciente
Nos braços da esperança
Enquanto é adubada
Na mente fértil do poeta
Para ser reencarnada.