Quarto bagunçado
De repente viajo numa doce cena
E nos braços, o sorriso tomando o lugar
Ora encontro em mim tal criança pequena
Ora vejo uma adulta no espelho a se olhar
Procuro vestígios que de mim se escondem
Reviro a gaveta do presente que estou
Imagino o passado e o futuro que somem
Como um espectro do tempo que em mim ficou
Achei meias, boneca, fotos, uma pena
Por cima, por baixo da cama jogados
Amor, ódio, tristeza, sorriso e poemas
Nesse quarto tão meu, tão bagunçado
Por vezes arrumo, limpo toda poeira
Deixo só o que preciso, jogo o resto então
Até tento ajeitar, de tal maneira
Mas, assim como um quarto tá o meu coração.