A FERA DA JUVENTUDE

Na dança do hospício bailam hippies, punks, vozes

Num tempo de estrelas, rock, drogas, ocultismos

Teologias e prazeres se misturam ao álcool em doses

O sexo fez-se tão banal como o sonho e o modismo

Discussões florescem em amizades feitas concreto

Pois as almas são inconstantes como os ventos e o calor

Psicodelismo invade a veias em teias velhas de cimento

E os lamentos jorram em sangue de suor e de horror

Jovens sem destino contemplam o mel e a decadência

Enquanto os seus ídolos são tão vazios quanto suas mentes

Dançam alucinadas em busca do êxtase da existência

Esnobam a nobreza, mas cultuam outras serpentes

Nesse neocanibalismo esquecem do mundo em dor

Isolam-se em suas seitas de angústia e despudor

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 29/05/2020
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