A ARTE DO HOMEM

No princípio, era o medo de pecar, de errar, de mudar

Depois, o espírito da luta pairou sobre as águas do comodismo

E o rock sambou frevo, e num repente criou-se a coragem

O Homem rebelou-se e quis ser Deus da Criação e Originalidade

Apesar de ser mortal, imortalizou as obras, pensamentos e atitudes

Fez-se carrasco, anjo, advogado de si e do fora-de-si

Quis impregnar as paisagens com seus concretos e forças

Quis cantar a dor e a alegria em cores tortuosas e imprecisas

Herói de seu braço, conquistou o espaço e o átomo com garras

Leão feroz, rei dos animais, filosofou crenças e anti-crenças

Falhou muito com suas misérias, doenças, governos e prepotências

Mas foi potência além dos limites da natureza e dos sonhos

Criou mundos num mundo finito, pobre, fraco e sem estrelas

Foi mártir e covarde, responsável e preguiçoso. Foi arte!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 17/04/2020
Reeditado em 07/05/2020
Código do texto: T6920321
Classificação de conteúdo: seguro