A ARTE DO HOMEM
No princípio, era o medo de pecar, de errar, de mudar
Depois, o espírito da luta pairou sobre as águas do comodismo
E o rock sambou frevo, e num repente criou-se a coragem
O Homem rebelou-se e quis ser Deus da Criação e Originalidade
Apesar de ser mortal, imortalizou as obras, pensamentos e atitudes
Fez-se carrasco, anjo, advogado de si e do fora-de-si
Quis impregnar as paisagens com seus concretos e forças
Quis cantar a dor e a alegria em cores tortuosas e imprecisas
Herói de seu braço, conquistou o espaço e o átomo com garras
Leão feroz, rei dos animais, filosofou crenças e anti-crenças
Falhou muito com suas misérias, doenças, governos e prepotências
Mas foi potência além dos limites da natureza e dos sonhos
Criou mundos num mundo finito, pobre, fraco e sem estrelas
Foi mártir e covarde, responsável e preguiçoso. Foi arte!