Na guia de Oxalá
Na guia de Oxalá
O teu corpo delgado, teu cabelo trançado, seu jeito de olhar, apaixonado, seu andar sensual, pisando em falso, meio de lado, me deixou bagunçado
Te pergunto o que nos nos afasta, nos junta e une, se é a paixão, o lança-perfume ou o lampejo de vaga-lume, ou ainda, a água do chorume
Sei que essa atração, essa audição, da sua risada "metralhada", me joga no vazio, no meio fio, no meio do nada, uma doideira danada, retada
Ora, se vamos dar as mãos, a Cosme e a Damião, e aos Orixás pedir proteção, então te aceito agora, nesta hora, é a nossa união, a nossa pactuação
Eu te aceito, me aceita, nesta terra arrasada, nessa guerra acabada, eu baixo as minhas armas, e você depõe as suas, nesta noite enluarada
Oxalá que guie a caminhada, eu como amante, e você como mulher amada, sem vergonha, sem juízo, nesta chuva de granizo, nos prazeres do Paraíso
Humberto de Campos
Mestre Holístico