Epitáfio para um poeta
Epitáfio para um poeta
Quando a minha vida aqui findar
Por força do destino me ausentar,
Farei o balanço da minha vida.
Sou um pobre e singular poeta
Sei que um dia chegarei à meta,
Creio que a finalidade foi atingida.
Não me considero um intelectual
Considero-me uma pessoa normal
Tenho falhas, defeitos e virtudes.
Terei alguns amigos. Mas poucos.
Porque os verdadeiros são loucos,
Os outros estão noutras latitudes.
Escrevi algumas poesias toscas,
Esvoaçantes como as moscas
Algumas delas foram inspiradas,
Em momentos de boa inspiração.
Saídas da alma ou do meu coração,
Foram umas poesias mal alinhadas.
Nas poesias descarrego a emoção,
De tudo o que sinto no coração.
Nelas coloco a injustiça sentida.
Não sei do efeito causa do advém,
Se o sentido as pode levar além
Mas a minha poesia será sentida.
Reconheço a minha medíocre obra,
Decerto por isso ela está aí de sobra.
Não concordo que seja mal utilizada,
Por interesseiros amigos promotores.
Sejam eles uns plebeus ou doutores
Por isso prefiro tê-la bem guardada.
Não tem publicidade alguma,
Nunca foi premiada em suma.
Mas também não me vai afetar,
Algumas pessoas as conhecem
Por isso a consideração merecem,
A essas almas as posso mostrar.
Mas neste mundo de ingratidão,
O mundo gosta muito de bajulação
Coisa que não me pode agradar.
Agradeço ao que é franco e sincero,
Mas fingidos e vaidosos não tolero,
Desculpem mas é este o meu pensar.
J. Rodrigues (Galeano) 28/102015