Joguei fora de mim tanta coisa
Joguei fora de mim tanta coisa.
Tanta gente.
Joguei fora de mim tanta memoria poluída e grande demais.
Tantas palavras mau ditas e tantos maus entendidos.
Joguei fora de mim tanta vontade sem sentido.
Tanto motivo fútil.
Joguei fora de mim a vaidade que me consumia e a razão que julgava ter.
Joguei fora de mim o medo que me paralisava e o orgulho que me sufocava.
Joguei fora de mim os planos inalcançáveis.
A cobiça que me cegava.
E o preconceito que me limitava.
Hoje sou leve e carrego comigo apenas a possibilidade de seguir em frente sem amarras.