POR VEZES CHORO
POR VEZES, CHORO
Para diminuir a dor…
que trespassa a barreira da saudade
que me rasga epiderme!.
Que me rompe a lucidez!
Escrevo para lavar a alma
Para limpar o bolor do coração
Choro pela dor dos inocentes
Pela morte das rosas brancas
Pelos espinhos cravados na mão!
Choro pelo outono que se aproxima
e deixa folhas mortas no chão.
Choro pelo berço quebrado
que me embalou a infância!
Pelos sonhos que se perderam
na escuridão…
Choro…
Pelo sol, que de noite enlute-se!
Pelos dias sem estrelas…
Pela noite quando não enluarece!
Choro, pelo repicar do sino
que em silêncio adormece
embalado no toque das trindades.
Pelas noites sem luar…
Pelas saudades…
Choro, apenas porque…
estou viva…
E necessito chorar.
Maria Tecina
NATAL, 19/09/2017