2 - CADA PALAVRA
Conte-me, o que preciso ser?
Peço-te com toda amargura.
O que deveria, como deveria?
Quanto mais corro, te busco.
Não há mutação de percurso.
Entristecido permaneço, calo,
Eu só queria um mísero sinal.
Palavras não mais me bastam,
Nem frases, risos ou carnaval.
Agarro-me somente aos fatos.
Sigo na esperança, em transe,
Hipnotizado num feio relógio.
Um pêndulo de contratempo,
Então balanço desequilibrado.
Venha me ajudar a equilibrar.
Grito tão alto, como soprano,
Em uma ópera descontrolada,
Vamos ser jovens novamente?
Nosso tempo apenas começou,
Somos vento que sopra forte.
Ainda tudo podemos alcançar,
Explorar o vazio inimaginável,
Desestruturar o tempo exato,
Recriar nosso próprio universo.
A cada palavra, a cada verso. //
(Augusto Fossatti)
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