Depois de muito tempo
É você mesmo, meu amigo!
Que entende o meu olhar
Que sente o meu ritmo
Que, notívago, entende os nossos escuros
De nós, guardo bem os deslizes:
Os choros, os esconderijos
Lembro da tua fala
Bem como da força que ela representava
Fez de nós a fortaleza e a tempestade
Fez nós saborearmos o doce e o sal
E tudo isso foi sublime
Nada soou estrangeiro
Tenho certeza desse alicerce
E da história que fizemos
Mas tudo isso dói no presente
As noites tendem a me invadir
Pois você não existe
E saber disso me fracassa
Mesmo assim, fique um pouco mais
Mais uma vez, perceba tudo isso
Eu entendo que precisas partir
E que novos caminhos precisam ser construídos
E que no meio de toda essa construção
Só um percurso me acena
Eu entendo isso, meu amigo!
Por isso, já prontei as malas...
Já peguei as chaves...
Agora sim, adeus!
Na estrada, o som me invade
E nessa hora, vejo outras cores...