Caminhando
Andei pela praça escura,
Era tarde, vazia a rua
Era noite, nebulosa censura
Nebulosa, o vento leve sussurra
Madrugada, angustiada, mas pura
Escura.
Vi estrelas
Pintando um céu só delas, sem Lua
Uma concha longe do mar
No pensamento a lembrança familiar
Um sorriso, no rosto a se destacar
Um suspiro, pelo tanto andar
Percorrendo vias que não levam a nenhum lugar
Mas que por mais vazio
Faz-me bem, de ali me encontrar
Tropeço em meus passos comuns
Me despeço da lucidez necessária
E tomo o rumo do tanto faz
De óperas na calada
Plateia amada,
Que contribui na dança
Interno peito que balança
Eterna e vaga lembrança
Desejando eternidade no momento,
Voltar a ser criança,
Sonho de todos, nada mais
Só que ser adulto cansa...