Reflexões, solidão, silêncio e uma xícara de chá
Olhava para ela e para o céu azul.
Ela. Livre.
E só por isso me irritei.
A leveza de movimentos,
As cores marcantes...
Por um tempo ouvi suas manobras.
Às vezes rápidas, em outros, completamente soltas.
Como um dia de infância,
Como uma tarde de chuva...
Como os sonhos que um dia fizeram a diferença.
E eu, agora com raízes fincadas,
Presa no tempo. Nas regras...
Apenas a olhava...
Invejava seus caminhos sem rumo,
Ansiava por suas voltas sem amarras.
Queria seu brilho como houve em outras tardes,
Outros meses, outros anos.
Ela, alheia aos meus pensamentos,
Ignorava que no fundo, eu queria mesmo é que ela não existisse.
Assim não confrontaria a aridez,
Não saberia da ausência,
Não desconheceria o futuro e nem me lembraria do passado.
E naquela tarde de céu azul não decidi.
Caminhei mais uma vez. Passo após passo.
A pipa colorida continuou com suas piruetas lá no céu.
Tive a sensação que lá do alto,
Ela me observava,
E com seus movimentos de liberdade,
Acenava, mas há muito tempo
Já não sorria mais para mim.