Mil vezes mil toda a loucura
Desdigo quase tudo que já disse,
Mas insisto em que o utópico é tangível,
Me toca o intocável véu da sua verve;
E eu, poeta insano e sem ventura,
Recuso o racional por ser a cura
Do único mal que pode fazer bem;
Mil vezes mil toda a loucura,
Afirmo por escrito e dou fé
Que sou feliz na minha desventura,
Amando alguém que não me quer.