Quero Falar de Mim
Da luz, escuridão,
Da escuridão, surgiu a luz
Do tapa veio o choro,
Do choro o sorriso,
Do sorriso a vida.
Saber quem se é
perde-se na espontaneidade
de querer encontrar-se
desde tenra idade
no seio de uma família
buscando no sobrenome
sua identidade
Mas, eis que não vem
no nome o manual
e percebes que isto
é algo tão banal
Nada a declarar sobre a constante
e indizível pressão
de ter sempre que ter
uma placa de caminhão
a lhe dizer de frente quem tu és
como se não estivesse perdido
nas estradas da vida
desencontrado entre
inúmeras vias
Porém, tenho, talvez, encontrado a resposta
na boca do outro
haverá a solução
para aquilo que me fazia tremer
saber quem sou
e não me permitir perecer
Entretanto, entre tantas
qualidades e defeitos
vindos de meus feitos
Feito!
Decidi decidir-me
pela decisão daqueles
que decidi que eram-me importantes
Mas, eis que percebi
suas decisões
não me felicitaram
tornaram-me alo que
não me auxiliaram
No meio de tantas dores
Entre turbilhão de prazeres
e também de dissabores
De repente, uma epifania!
Perante a crítica que me chega
repleta de amargor e fel
batem em mim como calhaus em barril de mel
e, perante aquele que me enalteceu
digo-lhes que elogios não quero mais,
porque já sei quem sou eu.