Atemporal
O relógio, aquele de corda, olha para mim.
Toca com suas hastes de metal meu rosto endurecido.
E na sua música de todos os dias eu divago.
Danço as horas estreitas de fazer de tudo um pouco.
Seco as lágrimas do fim do dia, do fim da noite.
Visto a poesia para logo mais me ver nua
De tempo, de alento, de magia.
Queria um lapso de luz
Fazer a diferença neste mundo etéreo que passa tão rápido..
A vaidade tola de todos os que um dia irão morrer.
Mas eu, logo eu na beleza que pintei em jardins e bosques que jamais visitei,
Fico reclusa nas belas, rubras e intensas taças de vinho.
O relógio, aquele que vê...
Sorri.
Só ele está certo.
O maldito!