POESIA NAS PROPORÇÕES HUMANAS
Juliana Valis




Não há poesia na exatidão,

Assim como não há dia que paire

Entre a matemática e a escuridão,

Na esperança inócua de veracidade...




Poesia é a própria tempestade

De emoções, de sentimentos, de sonhos,

Em cada verso que nos invade

Na cadência de tempos, alegres, sós, tristonhos,

Próprios da abstração sem peso ou idade

Nem cor, nem status, nem rótulo algum... 





Por tudo isso, poesia não tem preço

Nem se vende no comércio do abismo,

Pois o coração se alimenta do amor, do apreço

Nas proporções humanas sem eufemismo,

Seja noite ou seja dia, em cada sonho que conheço

Fluindo pelos labirintos da vida, sem calma;

Poesia, portanto, não tem a priori um só preço;

Mas o lídimo apreço da alma.