Chamado...
Sua alma sabe quando é tocada por um anjo?
Houve então uma certa magia e até mesmo uma sutil ironia.
Não se cruzaram por mais que instantes.
Um olho claro e outro, escuro.
Havia aquela tensão estranha no ar,
de calar os lábios e parar o sorriso por um átimo de segundo.
Segurou - se o arfar do peito atento,
esperando qualquer palavra que viesse do outro.
Causava estranheza e admiração,
não tinha o conhecer e nem mesmo o sentir.
Mas na atmosfera,
a sensação brilhava e se tornava palpável
enquanto ganhava forma,
Trazendo a força do reconhecimento.
Estava no peito a vontade de buscar,
de encontrar um nome.
Morava nos sonhos,
o desejo de se perder naquele olhar que tomava fôlego,
agigantando - se feito hera.
O dia amanheceu uma vez mais e com ele a incerteza.
Quando olhares se cruzam,
nas esferas de uma existência excusa e se torna impertinente,
Perguntamos a Vida e a Morte,
de qual das duas é a graça condizente.
Que caminhos misteriosos traçamos, quando a física se perde
e dois raios caem no mesmo lugar?
Seríamos nós joguetes do Destino?
De certo que sabemos é que não há dia
E menos ainda hora marcada,
Quando se é tocado por um anjo
a jornada se torna um pouco mais clara...