Sem arco-íris
Choveu como dilúvio infindo
Há tempestade que invadiu tudo
Escoou pelos olhos, vazou pelos poros
Escorreu pelas veias e pele sem vazante
Há inundação sem trégua dilatando muito
Não existe escoadouro suficiente para tanto
O que mil sóis poderiam evaporar não existe
Há um sol apático e sem boa vontade que observa
Há uma progressão geométrica em cada uma das linhas
Querer, queriam que fizesse o milagre da seca
Milagres assim são desconhecidos por todos
Será preciso resumir muito tal amplitude
Quem tem a fórmula que a recite ou receite
É urgente que se faça aridez concreta
Caso do acaso no ocaso da vida enfim
Se houvesse a sabedoria necessária
Não haveria pedidos de socorro
Nas poças o afogamento cruel
Eis tanta maldade vã, vil